CASAMENTO
O casamento ou a união
permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime de vivência pelo qual
duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua.
Essa união reflete as Leis Divinas que permitem seja dado um esposo para
uma esposa, um companheiro para uma companheira, um coração para outro coração
ou vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida.
Imperioso, porém, que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca,
de vez que na comunhão sexual um ser humano se entrega a outro ser humano e,
por isso mesmo, não deve haver qualquer desconsideração, entre si.
Quando as obrigações mútuas não são respeitadas no ajuste, a comunhão
sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas
repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por
vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir a si mesmo.
Indiscutivelmente, nos Planos Superiores, o liame entre dois seres é
espontâneo, composto em vínculos de afinidade inelutável. Na Terra do futuro,
as ligações afetivas obedecerão a idêntico princípio e, por antecipação,
milhares de criaturas já desfrutam no próprio estágio da encarnação dessas
uniões ideais, em que se jungem psiquicamente uma à outra, sem necessidade da
permuta sexual, mais profundamente considerada, a fim de se apoiarem
mutuamente, na formação de obras preciosas, na esfera do espírito.
Acontece, no entanto, que milhões de almas, detidas na evolução
primária, jazem no Planeta, arraigadas a débitos escabrosos, perante a lei de
causa e efeito e, inclinadas que ainda são ao desequilíbrio e ao abuso, exigem
severos estatutos dos homens para a regulação das trocas sexuais que lhes dizem
respeito, de modo a que não se façam salteadores impunes na construção do mundo
moral.
Os débitos contraídos por legiões de companheiros da Humanidade,
portadores de entendimento verte para os temas do amor, determinam a existência
de milhões de uniões supostamente infelizes, nas quais a reparação de faltas
passadas confere a numerosos ajustes sexuais, sejam eles ou não acobertados
pelo beneplácito das leis humanas, o aspecto de ligações francamente
expiatórias, com base no sofrimento purificador. De qualquer modo, é forçoso
reconhecer que não existem no mundo conjugações afetivas, sejam elas quais
forem, sem raízes nos princípios cármicos, nos quais as nossas responsabilidades
são esposadas em comum.
Esp.: Emmanuel
Psicografia : Francisco Cândido
Xavier
Livro : Vida e Sexo – Cap. 7 –
Pág. 33
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