A Necessidade de Comunicação
Outro fator imprescindível à preservação da felicidade conjugal é o diálogo entre esposos.
Na fase do namoro e do noivado, tanto o rapaz quanto a moça, mesmo não tendo facilidade de conversar, sempre encontram assunto.
Lamentavelmente, porém, após o enlace, a maioria dos casais negligencia o hábito tão salutar da permuta de anseios, desejos, esperanças, opiniões e pensamentos e, à medida que passam os anos, vão perdendo cada vez mais o gosto da conversação.
Perguntas acabam sendo formuladas apenas quando indispensáveis, por meio de frases curtas, secas, e respostas são dadas, igualmente, com o maior brevidade quase sempre com o uso de monossílabos, ou um surdo movimento de ombros.
“Falando, a gente se entende”, setencia antigo provérbio popular.
E é mesmo.
Pode acontecer que, no ardor de uma discussão, marido e mulher se desavenham, dando a impressão de que fora melhor terem ficado calados. Puro engano. Se estiverem habituados a dialogar, em breve terão oportunidade de esclarecer melhor a questão em que divergiram, voltando o ambiente a desanuviar-se, sem maiores conseqüências.
Evitar as batalhas de opinião com o propósito de garantir a paz doméstica é estagnar-se mentalmente provocando o esvaziamento das relações matrimoniais.
Melhor, muito melhor que acordo frio, assente no medo de tomar posição, discutir conceitos, refutar inverdades, etc., é a divergência declarada (tanto quanto possível polida), pois evita os recalques e as frustações.
Não se confunda, todavia, comunicação com lamúrias, ou com críticas constantes e maldosas, quais as do marido para a mulher ou as da mulher para o marido.
Os ataques frontais e as comparações deprimentes, ainda mais na presença de outrem, só servem para envenenar o espírito, provocar revolta e destruir afetos.
É difícil, dificílimo, saber-se não-aceito, ser reprovado a todo instante, e conservar o amor por quem nos (mal) trata assim.
“O Sublime amor do altar doméstico anda muito longe, quando os cônjuges perdem o gosto de conversarem entre si.”
André Luiz, “Nosso Lar”
*A vida em família / Rodolfo Calligaris
Se não conversarmos, não teremos como nos entender com o outro. Infelizmente ainda não lemos pensamentos. Muita paz!
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